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Mostrando postagens de 2021

Resenha: A Volta ao Mundo em 80 dias, de Júlio Verne

  Autor: Júlio Verne  Ano da edição: 2019 Páginas: 304 Gênero: Ação e Aventura A ficção científica, sem dúvida alguma, é o gênero literário com o qual mais me identifico. É encantador e instigante poder compartilhar da criação imaginativa de um autor em determinada obra, e a ficção é um prato cheio. Sendo assim, a leitura de Júlio Verne (figura abaixo) torna-se obrigatória para todo apaixonado por ficção e aventura como eu, pois esse autor francês do século XIX é simplesmente considerado como o "pai da ficção científica", e autor de diversas obras e narrativas de sucesso, como é o caso de "Vinte mil léguas submarinas", "Viagem ao centro da Terra", "Da Terra à Lua", entre muitos outros, como é o caso de "Volta ao mundo em 80 dias", que é o objeto de análise desta resenha.                                   "A Volta ao Mundo em 80 dias" é um clássico da literatura que narra uma experiência v...

O que causa as Auroras?

Em Astronomia, muito se fala sobre a beleza e exuberância dos astros e demais corpos celestes. De fato, objetos como nebulosas, constelações, chuvas de meteoros etc., proporcionam uma sublime experiência para qualquer indivíduo que os observe. No entanto, é provável que, aos nossos olhos, não exista lugar mais bonito no Universo do que o nosso próprio planeta. A Terra nos proporciona uma miríade de fenômenos naturais de extrema beleza, que encantam a todos que tiverem a oportunidade de observar (uma prática cada vez mais rara). Um desses fenômenos que chama bastante atenção são as auroras, que se dividem em duas categorias: as auroras boreais são as que ocorrem no hemisfério norte (próximas ao pólo norte), enquanto que as auroras austrais são as que ocorrem no hemisfério sul. Mas o que dá origem a esse espetáculo magnífico da natureza?                               Figura 1: Aurora boreal registrada na No...

Questão de Cinemática #ProfResponde

 Pergunta : Um automóvel percorre uma distância de um ponto A até um ponto B com uma velocidade igual a 40 km/h, e retorna do ponto B até o ponto A com uma velocidade de 60 km/h. Qual a velocidade média do automóvel? Resposta : Esse é um ótimo exemplo para mostrar ao aluno o real significado do conceito de velocidade média, pois ao se deparar com essa questão, um aluno apressado poderia afirmar que a velocidade média é 50 km/h, já que $v=40+60/2= 50$ km/h. No entanto, 50 km/h não é a resposta correta para esse problema, pois essa não é a velocidade média, mas sim a média das velocidades. A resposta correta é 48 km/h! A partir da fórmula da velocidade média, podemos facilmente ver que o espaço percorrido pode ser escrito como $x=vt$, e como a distância de A até B é a mesma de B até A, vemos que o deslocamento será Δ x=2x. Como a distância de ida e volta é a mesma, tem-se que $x=vt=v't'$, onde v' e t' são a velocidade e tempo da volta, respectivamente. Ou seja, substituin...

Resenha: Wittgenstein em 90 minutos, de Paul Strathern

  Autor: Paul Strathern Ano da edição:1997 Páginas: 69 Gênero: Filosofia  Ludwig Wittgenstein (1889-1951) foi um brilhante filósofo e lógico austríaco que é considerado por muitos como o "último filósofo". Ao ler toda sua obra, que essencialmente se resume a dois únicos livros, entendemos de imediato o porque da afirmação feita acima. Wittgenstein tentou, por assim dizer, pôr um "fim" a filosofia, mas não (obviamente!) porque ela a odiava, mas sim porque buscava saber qual era o princípio fundamental que lhe dava sustentação, e Wittgenstein identificou a linguagem como sendo o principal objeto de estudo da filosofia. Dizia: "Desconfiar da gramática é o primeiro requisito para filosofar". Se você é um entusiasta em filosofia ou até mesmo um leitor mais experiente, certamente deve estar surpreso com tal afirmação. Curiosamente, a filosofia não foi a área no qual Wittgenstein estudara durante sua época de universidade, Seus primeiros trabalhos foram como enge...

Qual o máximo de vezes que podemos dobrar uma folha de papel?

O problema de dobrar uma folha de papel n vezes já é bem conhecido entre os matemáticos. O experimento consistente simplesmente em utilizar uma folha em branco (de preferência uma folha "A4"), e ir unindo seus vértices, de modo que cada dobra reduza a área da folha pela metade. É evidente que, a cada novo movimento, a folha fica cada vez menor e, consequentemente, sua espessura vai aumentando cada vez mais. Você pode tentar reproduzir essa experiência em casa, porém, antes de prosseguir, tente responder: quantas vezes você acha que pode dobrar a folha? Se você executar essa experiência, verá que só é possível dobrar a folha s7 ou 8 vezes, no máximo.  Mesmo que seja extremamente difícil dobrar o papel 8 vezes, não é impossível ir além disso. Em 2002, a norte-americana Britney Gallivan conseguiu dobrar uma folha 12 vezes, estabelecendo um recorde mundial. Se não fosse o bastante, ela ainda deduziu uma fórmula que nos permite determinar o número de dobras que é possível fazer em...

O que é um número "Capicua"?

  Em matemática, diz-se que um número é "capicua" quando é o mesmo sendo lido da esquerda para a direita e da direita pra esquerda, como é o caso do número 434, que é exatamente o mesmo sendo lido em ambos os sentidos. Essa mesma simetria linear pode ser observada quando saímos da linguagem dos números e vamos para a linguagem das letras, e quando isso acontece com uma determinada frase ou palavra, recebe o nome de "palíndromo", como é o caso do nome "Ada", ou a frase "Amor a Roma", ou, mais curioso ainda, a frase "Socorram-me, subi no ônibus em Marrocos"(verifique!).  Uma forma bem útil de se tentar obter um número capicua é simplesmente somar um número XY (número com dois algarismos) com o seu número escrito ao contrário, ou seja, XY+YX, e, se o resultado não for um número capicua, repetir o procedimento até co9nseguir obter um valor que atende a essa propriedade. Um exemplo bem conhecido é partir do número 84. Veja: 84+48=132, 132+23...

Por que Plutão deixou de ser Planeta?

 Plutão foi descoberto em 1930 pelo astrônomo norte-americano Clyde Tombaught, e desde então passou a ser mais um integrante planetário do nosso sistema solar. Hoje, Plutão é classificado como um "planeta anão", e o sistema solar está repleto de outros planetas anões. Plutão situa-se numa região conhecida como "cinturão de Kuiper", região esta ocupada por inúmeros corpos de variados tamanhos e formas. Em 1978, foi descoberto "Caronte", que é a maior lua de Plutão, e, com o passar do tempo, descobriu-se que Plutão é acompanhado por mais quatro luas, que são, a saber, Estige, Nix, Cérbero e Hydra. Diferentemente dos planetas do sistema solar, Plutão orbita o Sol em uma órbita muito excêntrica e inclinada, e isso faz com que em determinados momentos Plutão fique mais perto do Sol do que Netuno, considerado como o último planeta. No entanto, porque Plutão deixou de ser considerado um planeta?                         Figura 1:...

Por que 1089 é conhecido como "número mágico"?

      Que a matemática é cheia de mistérios e curiosidades, isso todos nós sabemos. A simples manipulação algébrica dos números nos permite descobrir padrões e relações curiosas que os números guardam entre si. O número 1089 possui uma peculiaridade interessante, e é sobre isso que esse texto irá mostrar, e isso será feito seguindo as etapas abaixo. 1 - Escolha um número de três algarismos distintos, por exemplo, o número 743. 2 - Agora, inverta a ordem desse número: 347. 3 - Agora, subtraia o menor do maior, ou seja, 743 - 347 = 396. 4 - Agora, inverta esse resultado (693) e some com 396, ou seja, 396 + 693, e o resultado é 1089! 5 - Agora, repita o procedimento para o resultado obtido, ou seja, inverta a ordem e subtraia o menor do maior: 693 - 396 = 297.  6 - Por fim, inverta a ordem desse resultado e some, e o resultado é exatamente 1089!. Esse é um resultado matemático muito interessante, porém, como pode ser facilmente notado, o cálculo só bate se você utilizar...

Resenha: Uma Breve História do Tempo, de Stephen Hawking

  Autor: Stephen Hawking Ano da edição: 2015 Páginas: 256 Gênero: Divulgação científica O físico e cosmólogo Stephen Hawking (1942-2018), ao longo de sua extensa carreira acadêmica, consagrou-se como um dos mais notáveis cientistas do século. Ao longo dos anos, Hawking também demonstrou ter um notório talento para a divulgação científica, que é um gênero literário que se destina a exposição de temas e assuntos relacionados a ciência, de forma sucinta , elucidativa e, as vezes, bem-humorada (Hawking também se destacou por isso). Entretanto, talvez a razão que tenha feito Hawking ser reconhecido pelo público em geral seja a doença que lhe acometeu, chamada de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), que foi identificada quando o mesmo tinha 21 anos, e que lhe acompanhou pelo resto de sua vida. Essa doença confinou Hawking a uma cadeira de rodas (figura 1), e o mesmo fazia uso de um computador e um sintetizador de voz para conseguir se comunicar.            ...

Qual a diferença entre Cometa, asteróide, meteoro, meteorito e meteoróide?

Todos sabemos que o Universo é povoado por inúmeros tipos de objetos, que existem em muitas formas e tamanhos diferentes. Além das estrelas, planetas e luas, os sistemas estelares ao redor da galáxia (e de outras galáxias) também são povoados por muitos cometas, asteróides, meteoróides, etc. Mas o que são exatamente esses objetos e quais as suas diferenças? O propósito deste texto é explicar de forma simples e sucinta as principais diferenças entre esses objetos.  Cometas são grandes rochas espaciais congeladas que orbitam o Sol em órbitas de grande excentricidade. Os cometas se caracterizam por serem periódicos, como é o caso do cometa Halley , e por serem constituídos basicamente por gelo de água, metano e amônia. Tal composição faz com que os cometas desenvolvam uma estrutura chamada de coma, que seria uma espécie de atmosfera, e quando o cometa se aproxima do Sol, esse gelo na superfície começa a sublimar (passar do estado sólido para o estado de vapor), e uma ou mais caudas...

O que é a "Síndrome de Kessler"?

O Sputnik I, lançado em outubro de 1957, foi o primeiro objeto colocado em órbita pelo homem. Essa data marca o início do que ficou conhecido como "corrida espacial", que foi uma disputa científica e tecnológica travada entre Estados Unidos e a antiga União Soviética. Essa data histórica marca o início de uma nova era para a sociedade moderna, pois pela primeira vez na história, o homem deixaria de estar apenas confinado na Terra, e isso aumentaria sobejamente a sua capacidade de exploração e pesquisa. Em Abril de 1961, o cosmonauta Yuri Gagarin se torna o primeiro homem a ir ao espaço, feito este que acentuou ainda mais a primazia do programa espacial soviético em detrimento do programa americano.  Desde a década de 1960, inúmeros objetos foram lançados em órbita da Terra, sejam eles satélites militares ou de pesquisa, telescópios espaciais, estações espaciais, etc.  Grande parte desses instrumentos ficam localizados abaixo de 1000 km de altitude, região que compreende os ob...

O dia em Vênus dura mais que o ano!

 Essa pode parecer uma afirmação contraditória, mas é verdade; a duração do dia no planeta Vênus é maior do que a duração do ano! A princípio, isso soa muito estranho, especialmente porque todos sabemos que um ano é um intervalo de tempo composto por uma determinada quantidade de dias, e que para o nosso planeta corresponde ao valor de 365 dias, 6 horas, 48 minutos e 46 segundos (esse valor sobre para 366 dias se for um ano bissexto ).  A razão disso é bastante simples de entender. Nós definimos esses períodos com base no tempo que um determinado corpo leva para realizar um certo movimento. Desde cedo, aprendemos na escola que a rotação é o movimento que a Terra (e os demais planetas) executa em torno de seu próprio eixo, e o período para se dar uma volta completa, que é de aproximadamente 24 horas, é aquilo que conceituamos como sendo o dia . O movimento de translação é aquele que o planeta executa em torno do Sol, e a Terra leva cerca de 365 dias para executar uma volta...

O que é um Quasar?

Um dos objetos conhecidos que mais intrigam os astrônomos são os "quasares", cujo nome é uma contração das palavras "Quasi Stellar Radio Source"(Fonte de rádio quase estelar). Descobertos no início dos anos 1960, os quasares apresentam propriedades observáveis nunca antes vistas em um objeto astronômico. Em primeiro lugar, o que mais chamou a atenção dos astrônomos foi a intensa luminosidade provinda desses objetos. A luminosidade de um objeto pode ser definida como sendo o fluxo de radiação emitida por uma determinada área, de modo que, quanto maior a área superficial do objeto irradiante, menor sua luminosidade (para um determinado fluxo). Para se ter uma ideia, a luminosidade registrada em quasar médio chegar a ser comparável à de várias galáxias reunidas, sendo que cada galáxia possui, em média, 100 bilhões de estrelas! Na época, muitos astrônomos tornaram-se céticos quanto a existência de um objeto como este, mas novos trabalhos publicados, tanto teóricos quant...

O Experimento de Cavendish

Em 1687, Isaac Newton (1642-1727) publicou o seu "Princípia", que viria a ser a obra mais importante já publicada nas ciências físicas (ou filosofia natural, como era conhecido na época). Nesse livro, Newton não apenas apresenta suas famosas leis da mecânica como também fornece uma descrição matemática para o movimento dos corpos celestes, e que também foi por ele usado para explicar o movimento de queda dos corpos na superfície da Terra (como a queda de uma maçã, por exemplo). A chamada "Lei da gravitação universal de Newton" pode ser escrita da seguinte forma:                                                onde F representa a interação gravitacional entre os dois corpos em estudo, m e M representam as massas desses dois corpos, d é a distância que separa esses dois corpos e G é uma constante, chamada de constante gravitacional.  Observe que a força gravitacional...

O que é um Buraco Negro?

 Buracos negros são os objetos astronômicos mais misteriosos que existem no universo. Apesar de terem surgido como uma possibilidade teórica na teoria da relatividade geral de Einstein, sua ideia remonta ao final do século XVIII, quando o eminente astrônomo John Mitchell (1724-1793) propôs, em 1784, que qualquer estrela com um campo gravitacional suficientemente forte possuiria uma velocidade de escape que superaria o próprio valor da velocidade da luz, e, dessa forma, a luz emanada da superfície da estrela não poderia chegar até um observador distante, pois a imensa gravidade da estrela não iria permitir a propagação dos raios de luz. Sendo assim, essas estrelas, assim como um quarto desprovido de uma fonte de luz, por exemplo, seriam completamente escuras, e por isso receberam o nome de "estrelas negras" ou "estrelas escuras".   No início do século XX, a atenção dos físicos sobre esse assunto foi renovada, especialmente e, sobretudo, por conta da formulação de uma...