Em Astronomia, muito se fala sobre a beleza e exuberância dos astros e demais corpos celestes. De fato, objetos como nebulosas, constelações, chuvas de meteoros etc., proporcionam uma sublime experiência para qualquer indivíduo que os observe. No entanto, é provável que, aos nossos olhos, não exista lugar mais bonito no Universo do que o nosso próprio planeta. A Terra nos proporciona uma miríade de fenômenos naturais de extrema beleza, que encantam a todos que tiverem a oportunidade de observar (uma prática cada vez mais rara).
Um desses fenômenos que chama bastante atenção são as auroras, que se dividem em duas categorias: as auroras boreais são as que ocorrem no hemisfério norte (próximas ao pólo norte), enquanto que as auroras austrais são as que ocorrem no hemisfério sul. Mas o que dá origem a esse espetáculo magnífico da natureza?
O fato é que, sem o Sol, as auroras não existiriam, pois esse efeito luminoso nada mais é do que o resultado da interação entre as partículas do vento solar e as moléculas de oxigênio e nitrogênio que compõem nossa atmosfera. O Sol está constantemente ejetando massa pelo espaço, e essa ejeção de massa coronal (termo técnico utilizado) é acompanhada pela emissão de muitas partículas carregadas eletricamente, que recebem o nome de íons. O plasma nada mais é do que um estado da matéria formado por partículas carregadas, e o Sol é uma esfera de plasma gigantesca. Mas se a atmosfera em todo o mundo é formada pelos mesmos constituintes, porque então não se tem auroras em todo o mundo?
O motivo de não termos auroras em todo o mundo se deve a forma do campo magnético do nosso planeta. A Terra funciona como um gigantesco imã, e como todo imã, possui um pólo norte e sul. A existência do campo magnético terrestre, que é formado pelo movimento do níquel e ferro presentes no interior do planeta, é de fundamental importância para o surgimento e manutenção da vida aqui na Terra. Sem ele, não teria como a vida se manter, pois o mesmo é responsável por desviar essas partículas carregadas em uma outra direção.
Um campo magnético pode defletir uma partícula carregada, ou seja, alterar sua trajetória de acordo com a situação. Na figura 2 acima, podemos ver a forma que as linhas de campo assumem em torno do nosso planeta. Perceba que, em regiões equatoriais ou próximas, a concentração de linhas de campo é bem grande, o que indica que o campo ali é mais intenso. No entanto, perceba que as linhas convergem nos polos do planeta, que são as regiões onde boa parte das partículas são defletidas, e é por isso que não se vê auroras em regiões equatoriais (embora isso já tenha sido testemunhado).
Figura 3: Interação do vento solar com o campo magnético da Terra.
A interação entre os elétrons presentes no vento solar e as moléculas existentes na atmosfera produz como resultado a emissão de luz nas cores verde, vermelho e azul, cuja intensidade e posição depende da latitude do local. O campo magnético terrestre não é estático; sabe-se que o mesmo passa por um processo de inversão em períodos mais ou menos regulares. Acredita-se também que algumas das grandes extinções possa estar associada a variações no campo magnético terrestre, já que ele é o responsável por proteger a superfície da intensa radiação proveniente do espaço.
Links Úteis
[1] https://socientifica.com.br/como-se-formam-as-auroras-boreais/
[2] https://www.space.com/22215-solar-wind.html
[3] https://www.britannica.com/science/aurora-atmospheric-phenomenon
Tomara a gente não acabar sofrendo outra mudança no campo magnético. Ai tchau tchau tiktok e kawaii
ResponderExcluirFelizmente, alterações significativas no campo magnético terrestre levam anos para ocorrer. Nosso maior problema é com relação as tempestades solares. Se uma tempestade violenta ocorrer, e se a Terra estiver no caminho, toda a nossa tecnologia atual pode ser afetada.
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