O Sputnik I, lançado em outubro de 1957, foi o primeiro objeto colocado em órbita pelo homem. Essa data marca o início do que ficou conhecido como "corrida espacial", que foi uma disputa científica e tecnológica travada entre Estados Unidos e a antiga União Soviética. Essa data histórica marca o início de uma nova era para a sociedade moderna, pois pela primeira vez na história, o homem deixaria de estar apenas confinado na Terra, e isso aumentaria sobejamente a sua capacidade de exploração e pesquisa. Em Abril de 1961, o cosmonauta Yuri Gagarin se torna o primeiro homem a ir ao espaço, feito este que acentuou ainda mais a primazia do programa espacial soviético em detrimento do programa americano.
Desde a década de 1960, inúmeros objetos foram lançados em órbita da Terra, sejam eles satélites militares ou de pesquisa, telescópios espaciais, estações espaciais, etc. Grande parte desses instrumentos ficam localizados abaixo de 1000 km de altitude, região que compreende os objetos que se encontram em órbita baixa (até 2000 km de altitude). Sejam eles instrumentos científicos ou militares, o fato é que toda missão possui um tempo de duração, e após esse período, o objeto passa a ser inoperante, e, portanto, fica a deriva no espaço, tornando-se o que se chama de lixo espacial (orbitando nosso planeta).
Em 1977, Donald Kessler, da NASA, propôs uma situação futura no qual o número de objetos em órbita seria tão grande, que inevitavelmente acabariam por colidir e poluir o meio espacial com detritos e fragmentos dos instrumentos em orbita, e isso geraria uma espécie de "efeito dominó", o que faria com que mais e mais objetos colidissem com lixo espacial, gerando uma espécie de anel ou bolha de detritos em torno do nosso planeta (figura 1). Essa situação é extremamente preocupante, pois a poluição do meio espacial em órbita baixa pode inviabilizar futuras missões espaciais de pesquisa e exploração, sem contar que pode gerar consequências catastróficas para os sistemas de comunicação da Terra.
Figura 1: Ilustração de como pode ficar o entorno do nosso planeta com tantos resíduos espaciais.
Como apontou Dimitri Rogozin, diretor da Roscosmos (agência espacial russa): "Se as coisas continuarem nesse ritmo, todos começaram a disparar e destruir seus satélites, e logo esses fragmentos poderão destruir a Estação Espacial Internacional. Dessa maneira, as coisas não podem continuar". Muitas agências espaciais já pensam em medidas preventivas para evitar o agravamento do lixo espacial, e possíveis acordos internacionais podem ser feitos para evitar a situação prevista por Kessler.
Links úteis
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-49158200
https://www.tecmundo.com.br/ciencia/144502-russia-teme-termos-ultrapassado-limiar-sindrome-kessler.htm
https://universoracionalista.org/sindrome-de-kessler-o-fim-da-exploracao-espacial-e-da-vida-moderna-como-nos-a-conhecemos/
Um ótimo texto!!!
ResponderExcluirObrigado, Geovane.
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